Cartas aeronáuticas IFR – continuação

ERC

Neste capítulo do manual iremos estudar como interpretar as cartas em rota. (ERC).


Este tipo de carta tem função essencial para a navegação por instrumentos, sendo que, no Brasil divide-se em 8 cartas ERC: 4 de alta e 4 de baixa. Para nosso vôo SBBR
– SBPA iremos usar a ERC H16
.
ERC – En Route Chart: Carta contendo as aerovias de uma região. Para uma melhor compreensão deste tutorial, faz-se necessário que você já tenha conhecimento de como voar por instrumentos (IFR). No departamento de treinamento existem diversos manuais sobre vôo por instrumento assim como seus procedimentos.

Briefing


Conforme vimos no Manual de Interpretação de Cartas anterior (SID), decolamos de SBBR com destino a SBPA via inicialmente UW6 e depois em CTB, mudaremos de aerovia para a UW24, direto agora para Palegre. Após ser autorizado pelo controle em Brasília, iniciamos a saída conforme Luziânia 2 / Terra para ingresso na UW6. Prepare sua carta ERC H1 com a rota UW6 CTB UW24. Iremos analisar a rota agora até o inicio do procedimento de chegada em SBPA (STAR).

Irá ser nosso balizador inicial o VOR LUZ.

Procedimento

Afastando-nos na radial 212 do VOR de LUZ estaremos no eixo da aerovia UW6. Indo em direção ao fixo PAGUE, percebemos uma restrição de altitude, visto a
aerovia mencionada ser de mão-dupla, ou seja, ela admite tanto aeronaves vindo quando aeronaves voltado. Observe sobre a radial 212 a restrição de no mínimo o FL260 indo em direção a PAGUE, observe ainda, em sentido contrário, se aproximando de LUZ no curso 052, a restrição é de FL250. Lembrando que esta restrição não implica necessariamente em não se poder voar em outro nível de vôo que não seja este, neste caso o nível mínimo é o FL250 e o FL260 dependendo de sua posição.

Nesses casos para que haja uma separação, utiliza-se o método Par Ímpar, ou método PI8.

Como vimos na SID LUZIANIA 1/TERRA, a distancia entre o fixo TERRA e PAGUE é de 104nm e a distancia entre o VOR de LUZ e o fixo TERRA é de 17nm.

Com uma soma simples percebemos que a distancia entre o VOR de LUZ e o fixo PAGUE é de 121nm, ou seja, na radial 212 de LUZ, quando estivermos a uma distancia
de 121nm do auxílio, estaremos passando sobre o fixo PAGUE.

Após o fixo PAGUE temos o fixo BEANO. A distancia entre os dois é de 30nm, ou seja, a distancia entre BEANO de LUZ é então de 151nm. Entretanto, não afastaremos mais na radial 212 de LUZ, perceba que após PAGUE, a radial de afastamento mudou para 208 e o auxílio também. Então, para passar sobre a posição BEANO, devemos interceptar a radial 208 do VOR BRS. Manteremos esta navegação prosseguindo pela UW6. Você perceberá que logo irá perder sinal do VOR de BRS, entretanto analisaremos outra forma para mantermos no eixo da aerovia. Até o próximo auxílio NDB de Bauru (BRU), teremos diversos fixos na aerovia UW6. São eles:

  • FRAIL: Radial 293, 89nm de ARX.
  • PASTE: Radial 265, 103nm de ARX.
  • ASTOB: Radial 256, 115nm de ARX.
  • HARDY: Radial 239, 159nm de ARX ou radial 299, 93nm de PSN
  • ENACT: Radial 288, 94nm de PSN

Para sabermos se estaremos no eixo da aerovia UW6, vamos utilizar os auxílios VOR de Araxá (ARX, freq. 117.00) e o VOR de Piraçununga (RPR, freq. 115.60).

Desta forma temos o primeiro fixo após BEANO. Observe a carta e veja que ele fica na radial 293, a 89nm do VOR ARX. Quando passar por estas marcações estará
obrigatoriamente sobre o fixo FRAIL.

Após FRAIL temos PASTE. Seguindo a mesma análise, quando estivermos na radial 265, afastado 103.2nm de Araxá, estaremos sobre o fixo PASTE.

Após PASTE, siga o mesmo procedimento para os demais fixos citados acima. Assim que receber sinal do NDB de Bauru, voe em direção a ele no QDM207. Já
sobre o fixo HARDY você já deve estar recebendo sinal do NDB de BRU (freq. 380). Se aproxime no QDM 207 de BRU.

Logo após o bloqueio do NDB de Bauru, se afaste do auxílio no QDR 199 de BRU. Em instantes você estará recebendo a freqüência do VOR CTB (Curitiba) freq. 116.50.

Assim que tiver com sinal do VOR CTB, aproxime-se deste auxílio pelo curso 199. O VOR de Curitiba é o momento onde iremos trocar de aerovia, deixando a UW6 para trás e entrando na UW24.

Bloqueando o VOR de CTB, iremos agora nos afastar do auxílio para interceptar o eixo da UW24. Já com as referencias meteorológicas de Palegre, recebemos do Centro
Curitiba que a pista em uso é a 11 e a chegada prevista é a GUAÍBA 1. Após um breve estudo sobre a carta, nós percebemos que o fixo de transição da carta de chegada é OCASO, ou seja, sobre este fixo deixaremos de voar em nossa rota e iniciaremos o procedimento de aproximação.
Para interceptar o eixo da UW24, devemos iniciar o afastamento na radial 216 de CTB. Os fixos existentes entre CTB e OCASO são: NAFIL e NADAR.

Note que desta vez não existe previsão na UW24 de sentido contrário. Ou seja, esta é uma aerovia de mão única, com sentido direto entre Curitiba e Porto Alegre. Uma pergunta que pode surgir é a de porque não foi prosseguido após CTB direto para CXS(Caxias) pela UW6 e após POR (Porto Alegre). Fácil a resposta, observe que após CTB a aerovia UW6 somente possui a previsão de mão única entre o trecho POR – CXS – CTB. Por esta razão caso ingressássemos na UW6 após Curitiba colocaríamos em risco todo o vôo, por estar voando em uma aerovia de mão única em sentido contrário ao nosso.

Você irá notar que perdeu sinal do VOR de CTB antes de chegar a OCASO, entretanto, analisando a carta, percebe-se que OCASO está na radial 044 de POR. Pode-se fazer esta medida analisando o carta, ou observando na carta STAR GUAÍBA 1 de SBPA, no campo “Procedimento de Chegada”. Em OCASO inicia nosso procedimento de chegada, não sendo mais necessária a carta ERC.

Legendas

Área de abrangência das cartas ERC H1 e H2

Freqüências das Cartas ERC H1 e H2

UTA10 Curitiba

Setor 1 do ACC Curitiba

Tabela dos fixos da Região H1

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