STAR – cartas de aproximação
Apresentação
Neste terceiro manual de interpretação de cartas iremos iniciar a descida em nosso vôo com destino a SBPA.
STAR – Standard (Terminal) Arrival Route: Procedimento de chegada em uma TMA. Usa-se a fim de condicionar o fluxo de aeronaves chegando de diversas localidades, evitando-se assim o conflito e gerenciando de forma correta as separações entre aeronaves chegando e aeronaves saindo. Utiliza um fixo de transição que pode ou não iniciar na TMA. Após este fixo de transição acontece a troca em o vôo em rota para a aproximação. Ao final deste procedimento será utilizado um outro tipo de carta que será estudado no próximo Manual de Interpretação de Cartas. Para uma melhor compreensão deste tutorial, faz-se necessário que você já tenha conhecimento de como voar por instrumentos (IFR). No departamento de treinamento existem diversos manuais sobre vôo por instrumento assim como seus procedimentos.
Briefing
Estabilizados na UW24 em direção a SBPA, o Centro Curitiba nos informa que a pista em uso em Palegre é a 11 e o procedimento de chegada será Guaíba 1. Analisamos a carta e já começamos a estudar o procedimento.

Cabeçalho

- STAR – SBPA: Designador do procedimento (STAR), e designador da
localidade. (SBPA) - Porto Alegre / Salgado Filho Intl: Nome da cidade e nome do aeroporto.
- RS – Brasil: Unidade da Federação(RS) e País.
- GUAÍBA 1: Nome do procedimento de chegada (STAR)
Frequências

- Centro Curitiba (ACC): 127.40, 135.70 ou 121.50
- ATIS: 127.85
- Controle Palegre (APP): 119.00, 120.10, 120.55 ou 121.50
Legendas

Procedimento

Vindo pela UW24, o fixo de transição para deixar a rota e entrar no procedimento de chegada é o fixo OCASO. Perceba que já existe nele uma restrição quando a altitude, qual seja, devemos passar sobre o mesmo abaixo do FL350.
Para a aproximação usaremos como balizamento os seguintes auxílios.
- CXS (freq. 112.30)
- POR (freq. 114.00)
- KRI (freq. 265)
- IP (freq. 345)
OCASO está balizado pela radial 073 de CXS.
Iremos agora até o fixo CAKE, balizado também pela radial 096 de CXS. Note que em CAKE a restrição de altitude é de no mínimo FL060 e no máximo FL260.
Após cruzar a radial 096 de CAKE iremos curvar a direita para interceptar o QDM 253 de KRI até o fixo GLUE.
O fixo GLUE é balizado pela radial 208 de CXS, ou seja, se aproximando no QDM 253 de KRI, quando estiver passando a radial 208 de CXS, necessariamente vai
estar sobre o fixo GLUE. Note mais uma vez a restrição de altitude sobre este fixo onde o mínimo é o FL050 e o máximo é o FL130.
Iniciaremos curva a esquerda quando interceptar a radial 208 de CXS, nos afastando na mesma até o fixo TINA. Este fixo encontra-se balizado pelo VOR de CXS
e pelo VOR de POR, ou seja, se afastando na radial 208, quando cruzarmos a radial 341 de POR, estaremos sobre o fixo TINA.
Sobre este fixo a restrição de altitude é de no mínimo FL050, não podendo cruzar por ele abaixo disto. Seguiremos o afastamento pela radial 208 de CXS até o fixo ABOC agora. Para localização é a mesma idéia do fixo TINA, ou seja, no afastamento pela radial 208 de CXS, quando cruzarmos pela radial 304 de POR, estaremos sobre o fixo ABOC.
Em ABOC a restrição diminui para no mínimo 2000 pés. Por final iremos iniciar curva a esquerda para interceptar o QDM 105 de IP, para executar o procedimento de aproximação e pouso na pista 11 de SBPA. IP é também o Marcador Externo (OM) da pista 11 em SBPA, e devemos passar sobre ele no mínimo a 1700 pés.
Instruções de chegada

As instruções das cartas aéreas brasileiras sempre vêem em dois idiomas, português e inglês. Para os fins didáticos deste manual veremos apenas a parte em
português, lembrando que em nada muda quando ao procedimento.
I – Instrução da chegada. É o passo à passo que fizemos no capítulo Procedimento.
II – Instrução final do procedimento, parte final do Capítulo Procedimento. Após ABOC curvar a esquerda para interceptar o QDM 105 de IP e executar a IAC para
pouso.
III – Tópico sobre a falha de comunicação. (7600) Havendo problema em comunicação com o órgão ATC durante a aproximação, deve-se colocar o transponder
em 7600 e seguir este procedimento.
IV – Altitude de transição. Abaixo dela estaremos voando em Altitudes. Valor fixo serve também de parâmetro para o calculo do TL (Nível de transição).
Modificações

- 30 AUG 07: Data na qual está atualização da carta foi publicada. (30 de agosto de 2007).
- Modificações: Freq. ACC: Demonstra o que foi atualizado em relação à última carta. Neste caso a freqüência do ACC (Centro).
Outros fatos não previstos nesta carta
Limitação de velocidade
Durante seu estudo pelas cartas de saída, você pode se deparar com algumas situações não previstas nesta carta.
Vejamos o exemplo da carta LUKA 1, de SBBR.

Note que sobre o fixo LUKA, a limitação de altitude é de no máximo FL090 e no mínimo o FL080. Existe ainda a previsão de órbita. E para nosso estudo por agora a
limitação de velocidade em 190 kt máximo de indicada. Isto quer dizer que você não poderá passar sobre o fixo LUKA, em aproximação, com velocidade indicada superior a 190KT.
Possibilidade de aguardar vetores para a final
Na própria carta LUKA 1, podemos ver uma oportunidade distinta das aprendidas neste manual, qual seja: após um determinado fixo precisamos que aguardar vetores para final.
