As nuvens são compostas por gotículas de água ou de diminutos cristais de gelo. É o resultado direto do resfriamento do ar até que se verifique a condensação ou sublimação e são consideradas como tais sempre que suas bases formarem-se a partir de 30 metros de altura. As nuvens com temperaturas entre 0 e -10°C são compostas, em sua maior parte, de gotículas de água superesfriada. Essa condição pode produzir a formação de gelo sobre as aeronaves. Quando a temperatura está abaixo de -10°C, a tendência é que elas sejam compostas em sua maioria de cristais de gelo.
Classificação das nuvens de acordo com:
a) Aspecto físico:
- Estratiforme – possui grande desenvolvimento horizontal com pouco desenvolvimento vertical.
- Cumuliforme – possui grande desenvolvimento vertical com pouco desenvolvimento horizontal.
b) Estrutura física:
- Líquidas – são as nuvens constituídas por gotículas de água, formadas através da condensação em baixas alturas, onde as temperaturas são positivas.
- Sólidas – são as nuvens compostas de cristais de gelo, formadas através da sublimação, em alturas elevadas, onde as temperaturas são negativas.
- Mistas – são as nuvens constituídas tanto de gotículas de água como de cristais de gelo, formadas através da condensação ou sublimação, em alturas médias, onde as temperaturas estão na faixa de 0°C.
Obs. As nuvens de desenvolvimento vertical, também são classificadas como mistas.
c) Estágios de formação
Os estágios são definidos em função das alturas médias das bases em que se formam as nuvens.
- Baixas – de 1 m a 2.000m em qualquer latitude
- Médias – de 2.000m a 4.000m nas latitudes polares, de 2.000m a 7.000m nas latitudes temperadas e de 2.000m a 8.000m nas latitudes tropicais
- Altas – acima das nuvens médias

d) Gêneros
As nuvens são distribuídas em 10 gêneros exclusivos, isto significa que uma dada nuvem só pode pertencer a um único gênero.
Há certos tipos de nuvens que surgem no céu e que por causa de suas características específicas não se enquadram na classificação internacional. São as nuvens que se originam por processos diferentes dos já conhecidos ou então, surgem em níveis muito elevados. São as chamadas nuvens especiais.
Estas nuvens são:
Nuvens nacaradas – surgem nas altas latitudes, semelhantes aos Cirrus, entre 20 e 30 quilômetros de altura, onde os processos convectivos extremamente violentos elevam o vapor de água.
Nuvens noctilucentes – surgem nas latitudes temperadas entre 80 e 90 quilómetros de altura. Ainda há dúvidas sobre a sua constituição física.
Trilhas de condensação – são nuvens que se formam por sublimação ou condensação do vapor de água decorrentes do calor dos motores das aeronave.
Descrição das nuvens
a) Stratus (St) – camada de nuvem comumente cinza com base bastante uniforme, a qual pode apresentar precipitação na forma de chuvisco. Quando o sol é visível através da nuvem, seu contorno é claramente distinguido.

b) Stratocumulus (Sc) – banco, lençol ou camada de nuvem cinzentada ou esbranquiçada que têm partes escuras compostas de massa ou rolos arredondados, os quais podem estar soldados entre si ou apresentar aberturas nas áreas mais finas. É a nuvem que caracteriza o equilíbrio condicional (turbulência apenas dentro da nuvem).

c) Nimbostratus (Ns) – camada de nuvem cinza-escura que cobre quase sempre todo o céu e é suficientemente espessa para ocultar o sol ou a lua. A base parece difusa devido à precipitação de chuva ou neve que caem abundantemente, mais ou menos contínuas. Às vezes o Nimbostratus pode ser confundido com o Altostratus, dado que é de igual espessura, porém a sua cor cinza mais escura e a falta de uma superfície inferior distinta é que vai diferenciá-la com o Altostratus.

d) Altostratus (As) – lençol de nuvem cinzenta ou azulada de aparência uniforme que cobre parcial ou totalmente o céu e que possui partes finas o bastante para revelar o sol pelo menos vagamente. Com esta nuvem pode ocorrer precipitação na forma de chuva ou neve de caráter contínuo).

e) Altocumulus (Ac) – banco, lençol ou camada de nuvens brancas ou cinzentas, tendo geralmente sombra própria. Numa atmosfera instável o desenvolvimento vertical do altocumulus pode ser suficiente para produzir precipitação na forma de virga (chuva que não alcança o solo), Os altocumulus identificam turbulência nos níveis médios.

f) Cirrus (Ci) – nuvens destacadas na forma de filamentos delicados e esbranquiçados, de bancos leitosos e ou faixas estreitas. Estas nuvens têm uma aparência fibrosa ou sedosa. A espécie cirrus uncinus indica, geralmente, o núcleo da corrente de jato.

g) Cirrocumulus (Cc) – grupo, lençol ou camada de nuvem fina e branca sem sombra própria, composta de pequenos grânulos, unidos ou separados. Os Cirrocumulus indicam em geral a base da corrente de jato e também turbulência em níveis altos,

h) Cirrostratus (Cs) – véu transparente e esbranquiçado de aparência acetinada, que cobre parcial ou totalmente o céu e em geral produz o fenômeno do halo (um anel luminoso ao redor do sol ou da lua).

Nota: as nuvens Ci, Cc e Cs, nunca precipitam
i) Cumulus (Cu) – nuvens destacadas quase sempre densas e com contornos bem definidos, que se desenvolvem na vertical na forma de montes em elevações, ou torres, de onde a parte superior muitas vezes se assemelha à couve-flor. A precipitação na forma de pancadas de chuva e neve pode ocorrer com a espécie de grande Cumulus também conhecido como Cumulus congestus (TCU)

j) Cumulonimbus (Cb) – é a nuvem de trovoada, sendo densa e pesada com considerável extensão vertical na forma de uma montanha ou torre gigantesca. Pelo menos parte de sua porção superior é em geral fibrosa ou estriada, muitas vezes parecendo-se com uma bigorna ou vasta pluma.
O aspecto sombrio e ameaçador dos Cumulonimbus é habitualmente aumentado pelos relâmpagos e trovões que deles se originam. Pode ainda ser agravado por fortes pancadas de chuva, neve e granizo.

k) Torre de cúmulos: possuem um desenvolvimento vertical exagerado tomando forma de torre.

Espécies de nuvens – algumas espécies de nuvens existem além das 10 classificações acima, tais como:
a) Uncinus – forma especial de cirrus, chamada popularmente de “rabo-de-galo” e cujo nível é caracterizado por ventos fortes associados à corrente de jato.

b) Castellanus ou castellatus – certo número de nuvens cumuliformes assentadas numa base comum.

c) Mamma ou mammatus – na parte inferior possuem formações semelhantes a bolsas ou seios de forma arredondada e escura, resultado de forte vórtice de vento que produz severa turbulência

d) Lenticulares: possuem a forma de lentes e são quase sempre alongadas com os contornos bem delineados, são referências visuais para detectar ondas das montanhas.

Informações meteorológicas
a) METAR/SPECI e TAF quantidade – a verificação da quantidade de nuvens é feita dividindo-se o céu em oito partes iguais ou oitavos, para cada camada de nuvem, sendo codificada através das abreviaturas:
- SKC – Sky clear (céu claro 0/8),
- FEW – Few (poucas nuvens de 1 a 2/8),
- SCT – Scattered (céu parcialmente nublado ou nuvens esparsas de 3 a 4/8),
- BKN – Broken (céu nublado de 5 a 7/8)
- OVC — Overecast (céu encoberto 8/8).
Altura – corresponde à distância vertical que separa a base da nuvem da pista. A medida da altura das bases das nuvens é feita, na maioria das vezes por estimativa visual, podendo também ser feita por meios instrumentais, nas estações que possuem equipamentos eletrônicos (projetor luminoso, tetômetro, etc).
Para fins operacionais de planejamento de voo, a altura da base das nuvens é informada em unidades de 30 metros (centenas de pés).
Tipo – a identificação dos tipos de nuvens é em função da experiência de quem observa.
Somente as nuvens Cumulonimbus (CB) e cumulus congestus (TCU) são codificadas nas mensagens meteorológicas.
Exemplo:
- SCT020 – nuvens esparsas (de 3 a 4 oitavos) a 2.000 pés ou 600 metros de altura,
- FEW033CB – poucos CB (1 a 2/8) a 3.300 pés ou 990 metros de altura
Obs: Teto – é a altura da mais baixa camada de nuvem, até 20.000 pés que cubra mais da metade do céu. Portanto, BKN e OVC constituem Teto.
NSC – No significant Cloud — codificado quando não houver nenhuma nuvem abaixo de 1500 m e não houver cumulonimbus e o termo CAVOK não puder ser utilizado.
b) CARTA SIG WX – para qualquer nuvem, menos CB e TCU, serão empregadas para representar a quantidade.
Apenas para o CB e TCU serão utilizadas as abreviaturas:
- ISOL (isolated) isolado;
- OCNL (occasional) ocasional;
- FRQ (frequent) frequente;
- EMBD (embedded) embutido.
Altura – nas cartas para voos baixos (SFC/FL250) as alturas serão informadas em altura sobre a superfície. Nas cartas para voos altos (FL250/FL630) as alturas serão representadas em nível de voo, topo sobre base.