Saúde e as condições psicofísicas para o voo

Saúde

A World Health Organization (WHO), ou Organização Mundial da Saúde (OMS) é a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) especializada em saúde. Esta organização define saúde como “o estado de completo bem-estar físico, mental e social e não meramente a ausência de doença ou enfermidade” e tem como compromisso provê-la, em seu nível mais alto possível, a todos os povos.

Avaliações Periódicas

Os pilotos e comissários devem possuir seus certificados de capacidade física válidos para poder exercer os privilégios concedidos em seus certificados de habilitação técnica de voo. Os exames médicos periódicos exigidos para as certificações médicas são conduzidos por pessoal médico credenciado, conhecedores de segurança de voo e que possuem treinamento em medicina aeroespacial.

Higiene

É o estudo de medidas para prevenir as doenças e preservar a saúde. A higiene pessoal refere-se aos cuidados que cada um deve ter quanto ao asseio corporal e aos bons hábitos para prevenir doenças. Ao viajar as pessoas se expõem a um ambiente diverso daquele onde residem e podem ficar expostas a novos riscos ou a riscos maiores do que os existentes no seu local de origem, inclusive em relação a agentes infecciosos. O viajante, por desconhecer os riscos ou por não observar adequadamente as medidas de proteção, pode ficar mais vulnerável a adquirir infecções e vir a adoecer rapidamente ou, ainda, permanecer sem apresentar manifestações de doença (assintomático) por tempo prolongado. Em qualquer das duas situações, o viajante, além de danos à própria saúde, pode transmitir doenças
infecciosas para outras pessoas ou servir de fonte de infecção para vetores. Em razão disto, geralmente, o viajante é quem introduz ou reintroduz novas doenças em locais onde elas nunca existiram ou já foram eliminadas (como a malária e a febre amarela). No entanto, também pode ser uma excelente sentinela em termos de vigilância epidemiológica. Quando recebe as medidas profiláticas e as informações adequadas (sentinela informada), tem menor risco de adoecer e, se isto
ocorrer, mais chance de diagnóstico e tratamento precoce, o que reduz o risco potencial, quando do retorno, de introdução de novas doenças ou reintrodução das que foram eliminadas.

As doenças infectocontagiosas podem ser transmitidas, contagiando indivíduos, desde que, tenham mantido contato com portadores. Este contágio pode se dar através de secreções, sangue, perdigotos (gotículas de saliva em suspensão), beijo, relações sexuais etc. Há enfermidades cuja notificação deve ser feita somente às autoridades locais de Saúde Pública. Outras são de notificação à autoridade estadual. Outras ainda são notificadas em nível nacional e um quarto grupo é notificado internacionalmente à Organização Mundial de Saúde (OMS). Neste último grupo está o cólera-morbo, a peste bubônica, a febre amarela, a AIDS e, até 1981, a varíola, que a partir desta data, foi considerada erradicada em todo mundo.

O Regulamento Sanitário Internacional tem por objetivo prevenir a propagação de doenças entre as populações do mundo e estabelece normas de colaboração entre os países, visando reduzir ou eliminar as fontes de propagação de enfermidades, ele prevê ainda quais vacinas são exigidas aos viajantes internacionais. A obrigatoriedade é determinada pelas exigências do país de destino. O departamento de Saúde dos Portos deve ser sempre consultado.

Conceitos

Endemias: doença de presença contínua em determinada área geográfica.
Epidemias: doença epidêmica é quando ocorre uma eclosão e o número de casos que surgem excede ao da incidência normal esperada em determinada coletividade.
Pandemias: Quando pessoas de uma extensa região geográfica são atingidas por uma doença.

Doenças de notificação compulsória

Doença de Chagas

Doença de evolução lenta considerada um dos maiores problemas de saúde pública no Brasil, bem como na América do Sul, calcula-se que haja aproximadamente 7 milhões de indivíduos chagásicos, principalmente no meio rural.

Agente Etiológico: Protozoário Trypanossoma Cruzi, mais conhecido como barbeiro.
Transmissão: Através da penetração das fezes ou, em alguns casos, pelo regurgitamento do conteúdo estomacal do barbeiro na pele não íntegra e nas mucosas, transfusão sanguínea, congenitamente, amamentação e relações sexuais.
Período de Incubação: em média de 8 a 10 dias.
Sinais e sintomas: Na fase aguda, começa com febre de moderada a grave, edema palpebral, dilatação do baço e fígado, formação de chagomas (formações tumores no local ou em lugares diferentes), prostração, perturbações nervosas, meningoencefalites (neste caso pode levar a morte, principalmente crianças), miocardite etc. Na fase crônica, os sintomas da fase aguda desaparecem, aparecendo perturbações cardíacas: taquicardia, hipotensão, arritmias, cardiomegalia, insuficiência cardíaca.
Ainda pode haver lesões digestivas e intestinais.
Epidemiologia: Bahia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais e interior de São Paulo.
Tratamento: O melhor é a prevenção, através de moradia em habitação adequada, boa higiene, combate ao inseto e controle de bancos de sangue. A medicação existente serve apenas para amenizar os sintomas, pois não há cura para esta doença e, em casos crônicos, pode ser necessária uma intervenção cirúrgica.

Malária

Doença causada por um protozoário do gênero plasmodium, também conhecida como: impaludismo, febre intermitente, febre palustre, maleita…)
Transmissão: pela incubação do agente através da picada do mosquito Anopheles fêmea, que tenha previamente adquirido a infecção de outro enfermo ou portador; no momento do parto (congênita, muito rara); através de transfusão de sangue ou injeções com seringas não esterilizadas.
Período de incubação: Varia de acordo com o tipo de plasmodium, mas pode variar de 8 a 30 dias
Sinais e sintomas: Mal estar geral, cefaleia, indisposição, sono, irritabilidade nervosa, anorexia, hipertermia (febre) de início abrupto; sendo que durante o acesso endêmico ou malárico, somado a isso, o portador apresenta calafrios violentos, tremores de frio e calor, febre intensa, sudorese intensa (característico porque muitas vezes ocorre em dia certo e hora prevista, dependendo do tipo de
plasmodium). Dependendo do tipo do agente etiológico, o acesso malárico é variável na periodicidade, intensidade e duração. Há casos de repetição do acesso em menos de 36 h; outros em até 72 h. Nos intervalos do acesso malárico, a pessoa pode apresentar-se sem nenhum sintoma.
Epidemiologia: No Brasil, é considerada a maior endemia parasitária e tem prevalência na região Norte – Amazônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Mas também ocorre na África, Índia, China e América Central.
Tratamento: Sintomático, através de medicação específica. O ideal é combater os mosquitos, fazer uso de repelentes, mosquiteiros e telas em janelas e portas. Para viajar à determinadas regiões, recomenda-se o uso de medicação específica 2 semanas antes de viajar, durante a estadia, e ainda por
mais 6 semanas após o retorno.

Esquistossomose

Doença endêmica parasitária, também conhecida como barriga d’água, doença do caramujo ou xistose, causada por um verme chamado Shistossoma Mansoni, que ataca principalmente o fígado e o baço.
Transmissão: Tendo contato com água, açudes e represas onde haja caramujos contaminados com larvas do verme Schistossoma mansoni. Os caramujos são contaminados na água onde se despejam esgotos ou quando as fezes das pessoas são feitas próximo a rios, riachos, represas ou lagos e carregadas pelas chuvas e enxurradas. O verme adulto vive no intestino humano. Os ovos, postos pelas fêmeas, são eliminados pelas fezes da pessoa doente. Quando caem na água saem embriões (miracídios) de dentro dos ovos e entram no caramujo, onde crescem e viram larvas (cercarias). As larvas do Schistossoma mansoni, chamadas de cercarias saem do caramujo e entram no corpo pela pele das pessoas que têm contato com essa água. O homem infectado elimina os ovos através das fezes e dá continuidade ao ciclo de contaminação.
Período de Incubação: 4 a 6 semanas
Sinais e sintomas: Ainda no período de incubação, podem surgir distúrbios gastrointestinais, tipo diarréias. Na fase aguda, o indivíduo apresenta manifestação cutânea do tipo urticária, mal estar, surtos febris, manifestação pulmonar (tosse), alergias, pode haver diarreia, hipotensão e emagrecimento. Na fase crônica, surgirão diarreias muco-sanguinolentas, alterações de tamanho no baço e fígado (hepatoesplenomegalia), e ascite, que é o aumento da cavidade abdominal por acúmulo
de líquidos, conhecida como barriga d’água.
Epidemiologia: Nordeste do Brasil, Minas Gerais e São Paulo.
Tratamento: Através de agentes químicos (medicação específica), físicos (cumprimento de medidas de saneamento básico, como construção de fossas e esgotos) e biológicos (cultivo de peixes que se alimentam deste tipo de caramujo, como as tilápias).

Febre Amarela

Doença aguda, transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti (urbana) e Haemagogus (silvestre). Doença primária de animais selvagens (macacos, marsupiais e roedores), atinge o homem por meio do mosquito. Ataca o fígado, rim e coração.
Transmissão: Através da picada de inseto.
Período de incubação: 3 a 6 dias
Sinais e sintomas: Aparece de forma abrupta, apresentando febre alta, calafrios, pulso lento, icterícia (pela destruição das células do fígado), vômitos hemorrágicos (hematémese), mialgia (dor muscular), cefaleia, dores nas articulações, prostração, petequias (pontos hemorrágicos na pele) e eventualmente evacuação de sangue (melena). Trata-se de uma doença aguda, que pode levar o paciente à morte. Os doentes que se recuperam, ficam imunes para toda a vida.
Epidemiologia: Ásia, África e América do Sul;
Tratamento: Sintomático, através de medicação específica. O ideal é combater o inseto vetor e vacinação, cuja dose é única (via subcutânea), 10 dias antes da exposição às regiões de foco. Apesar da vacina garantir imunidade por 17 anos, a revacinação é exigida a cada 10, exceto em indivíduos
expostos que devem ser revacinados a cada 5 anos.

Dengue

Doença infecciosa causada por um arbovírus, que ocorre principalmente em áreas tropicais e subtropicais do mundo, inclusive no Brasil. As epidemias geralmente ocorrem no verão, durante ou imediatamente após períodos chuvosos.
Transmissão: Através da picada do vetor, mosquito Aedes Aegypti (forma urbana).
Período de incubação: 3 a 15 dias, mais comum de 5 a 6 dias.
Sinais e sintomas: Semelhante a sintomas de gripe: febre alta, cefaleia, dor atrás dos olhos que piora com o movimento, prostração, mialgias (dores musculares), dores articulares, exantema (manchas vermelhas na pele), náuseas, vômitos, tonturas e pode levar a morte em caso de comprometimento renal ou hemorragias.
Epidemiologia: Mesma da febre amarela – América do Sul, África, Ásia.
Tratamento: Sintomático, através de analgésicos. Mas, medidas sanitárias para eliminação do mosquito (dedetização da área e eliminação de recipientes com água parada) são fundamentais.

Cólera

A cólera é uma doença causada pela bactéria Vibrio Cholerae e é exclusivamente humana, isto é, só atinge seres humanos.
É característica de regiões com saneamento básico precário, portanto não é motivo de preocupação em locais onde o saneamento básico e hábitos higiênicos da população são satisfatórios.
Transmissão: Através do consumo de água contaminada, considerando que isto ocorre devido à água não fervida, clorada ou tratada, bem como por contaminação alimentar. Alimentos não lavados corretamente ou manipulados por alguém doente.
Período de incubação: pode ser de poucas horas a 5 dias.
Sinais e sintomas: Doença de evolução rápida, com duração de 12 horas a 7 dias. Caracterizada por infecção intestinal aguda. O indivíduo apresenta diarreia aquosa (com aparência de água de arroz, acompanhada de muco), vômitos, desidratação rápida (em consequência da grande perda de líquidos e eletrólitos), prostração e até morte.
Epidemiologia: Países da América do Sul (Peru, Equador, Colômbia e Brasil), Ásia, África, Oriente Médio e partes da Europa.
Tratamento: Através de medicação específica (antibiótico-terapia) e hidratação oral. O ideal é a prevenção, através de melhorias no sistema de saneamento básico, higienização dos alimentos e tratamento da água.
Prevenção: Tratar a água a ser usada para beber, cozinhar, com cloro ou, na falta deste, fervida e higiene pessoal. Limpar as verduras e legumes com água clorada, não comer peixes e frutos do mar crus; mariscos, ostras e similares devem ser evitados mesmo cozidos; proteger os alimentos após o preparo de possível contaminação.

Peste

É uma doença infecciosa aguda, transmitida aos seres humanos, principalmente, através da picada de pulgas infectadas por roedores que são os portadores primários.
Transmissão: Através da picada de pulgas infectadas, contato com outras pessoas infectadas , caso haja contato com o bubão supurado, comum em habitações superlotadas ou de condições higiênicas precárias, ingestão de excrementos de pulgas contaminadas ou dos próprios insetos contaminados.
Período de incubação: forma ganglionar: 2 a 6 dias; forma pulmonar: 3 a 4 dias.
Sinais e sintomas: Inflamação dos gânglios linfáticos, tremedeira, dor de cabeça, sonolência, intolerância à luz, apatia, vertigem, dores nos membros e nas costas, febre alta, delírios e diarreia.
Epidemiologia: Estados Unidos (Novo México), América do Sul (Venezuela, Argentina, Bolívia, Peru, Equador) e Brasil (Nordeste e Sudeste).
Tratamento: Sem tratamento, a peste bubônica é fatal em 60% dos casos, ao passo que a peste pneumônica é quase sempre fatal. Atualmente, o quadro de letalidade é mínimo devido à administração de antibióticos. Existem vacinas específicas que podem assegurar a imunidade quando aplicadas repetidas vezes. No entanto, a maneira mais eficaz de combate à doença continua a ser a prevenção com o extermínio dos ratos urbanos e de suas pulgas, porém devemos, como forma de
precaução, evitar gotículas de saliva ou de secreções nasais, meios de contágio da infecção. A vacina específica é raramente usada como medida preventiva.

Raiva ou Hidrofobia

A raiva é causada por um vírus que se aloja e cresce no sisyema nervoso central, indo depois para as glândulas salivares, onde continua a se propagar. Esta é uma doença infecciosa aguda de prognóstico fatal em todos os casos.
Transmissão: ocorre quando o vírus da raiva existente na saliva do animal infectado penetra no organismo, através da pele ou mucosas, por mordedura, arranhadura ou lambedura, mesmo não existindo necessariamente agressão. No Brasil, o principal animal que transmite a raiva ao homem é o cão. O morcego hematófago é um importante transmissor da raiva, pois pode infectar bovinos, eqüinos e morcegos de outras espécies. Todos estes animais podem transmitir a raiva para o homem.
Período de incubação: 6 a 8 meses (2 a 3 meses em média)
Sinais e sintomas: transformação de caráter, inquietude, febre, mal-estar, delírios, convulsões, pode levar a quadro de alucinação, paralisia dos músculos respiratórios, podendo levar a morte.
Tratamento: Lavar a ferida com água e sabão, aplicando logo após um anti-séptico (álcool, methiolate ou mercúrio cromo), soro anti-rábico e vacina anti-rábica.

Leptospirose

A Leptospirose é uma infecção aguda, potencialmente grave, causada por uma bactéria do gênero
Leptospira, que é transmitida por animais de diferentes espécies (roedores, suínos, caninos, bovinos)
para os seres humanos. Esse microorganismo pode sobreviver indefinidamente nos rins dos animais
infectados sem provocar nenhum sintoma e, no meio ambiente, por até seis meses depois de ter sido
excretado pela urina. No Brasil, os ratos urbanos (ratazanas, ratos de telhado e camundongos) são os
principais transmissores da doença e o número de casos aumenta na estação das chuvas, por causa das
enchentes e inundações.
Transmissão: Através do contato com a urina do roedor contaminado, o que se dá diretamente ou
através da água poluída (enchente), andando descalço em solo molhado ou lamacento ou nadando em
rios e lagos. A leptospirose não é contagiosa entre pessoas. Não há transmissão de uma pessoa
para outra. É transmitida entre os animais e dos animais para o homem, sempre pelo contato da urina
do animal com a pele ou mucosa do homem, íntegras ou não.

Período de incubação: 10 dias em média.
Sinais e sintomas: pode ser assintomática, quando se instalam, os sintomas são febre alta, mal estar,
dor de cabeça constante e acentuada, dor muscular intensa, cansaço e calafrios estão entre as
manifestações da doença. Também são frequentes dores abdominais, náuseas, vômitos e diarreia,
podendo levar à desidratação. É comum que os olhos fiquem acentuadamente avermelhados. Alguns
doentes podem apresentar tosse e faringite. Podem aparecer manchas avermelhadas pelo corpo e
ocorrer meningite. Nos enfermos de casos mais graves aparecem manifestações hemorrágicas
(equimoses, sangramentos em nariz, gengivas e pulmões) e o funcionamento inadequado dos rins, o
que causa diminuição do volume urinário e, às vezes, supressão total da urina. A evolução para a
morte pode ocorrer em cerca de 10% das formas graves.
Tratamento: O tratamento de pessoas com leptospirose é feito principalmente com hidratação. O
emprego de antibióticos reduz as chances de evolução para a forma grave. As pessoas com
leptospirose sem icterícia podem ser tratadas no domicílio. As que desenvolvem meningite ou icterícia
devem ser internadas.

Tétano

O tétano é uma doença infecciosa e não contagiosa causada pela toxina da Clostridium tetani – uma
bactéria gram-positiva e anaeróbica, que penetra no organismo via lesões da pele e provoca espasmos
nos músculos voluntários, principalmente os do pescoço, sendo que os músculos respiratórios podem
ser atingidos, causando a morte por asfixia. Age sobre as células motoras do sistema nervoso central.
Transmissão: normalmente encontrado: em águas putrefatas, instrumentos de lavoura, latas velhas
contaminadas com poeira ou terra, pregos oxidados, agulhas de injeção não esterilizadas, espinhos e
pequenos galhos de árvores, terra contaminada por fezes de animais ou humanos e fezes animais ou
humanas.
Período de incubação: aproximadamente três semanas, sendo que quanto menor o período de
incubação, maior será a gravidade da doença.
Sinais e sintomas: Ataca o sistema nervoso central, causando rigidez muscular em diversas regiões do
corpo. Entre os principais sintomas, observa-se o trismo (alteração nervosa que impossibilita a
abertura da boca, pela contração dos músculos mastigadores), riso sardônico (produzido por espasmos
dos músculos faciais), dores nas costas, rigidez abdominal e da nuca, espasmos, convulsões,
irritabilidade. O quadro pode se tornar complicado e causar parada respiratória ou cardíaca.
Tratamento: Lavagem do ferimento com água e sabão, desinfetando-o com água oxigenada ou
solução de permanganato de potássio e aplicando um antibiótico em pó. Há necessidade de penicilina
procainada, soro antitetânico e vacina (que deve ser reaplicada a cada 10 anos).
O esquema de vacinação, que inclui a vacina antitetânica, é uma das principais formas de prevenir a
doença: a vacina tetravalente (tétano, coqueluche, difteria e meningite B) é administrada em três
doses, aos dois, quatro e seis meses com dois reforços pela DTP (tétano, coqueluche e difteria) aos 15
meses e entre 04 e 06 anos.

Tuberculose

A tuberculose, transmitida pelo Mycobacterium tuberculosis, mais conhecido como bacilo de Koch, é
provavelmente a doença infecto-contagiosa que mais mortes ocasiona no Brasil. Estima-se, ainda, que
mais ou menos 30% da população mundial estejam infectados, embora nem todos venham a
desenvolver a doença.
Transmissão: Através do contato com secreções das vias respiratórias, perdigotos ou ingestão de leite
não pasteurizado, produzido por vacas tuberculosas (no caso da forma não pulmonar – não se
transmite diretamente). Para que a primo-infecção ocorra, é necessário que ele chegue aos alvéolos. Se
não alcançar os pulmões, nada acontece. A partir dos alvéolos, porém, pode invadir a corrente
linfática e alcançar os gânglios (linfonodos), órgãos de defesa do organismo. É maior o risco de
transmissão durante contatos prolongados em ambientes fechados e com pouca ventilação.
Período de incubação: 4 a 6 semanas
Sinais e sintomas: Tosse, fadiga, febre (geralmente noturna), emagrecimento, falta de apetite,
rouquidão, dor torácica e hemoptise (tosse com sangue). Pode ainda gerar complicações, como hemorragia pulmonar, broncoaspiração, pneumotórax e/ou hemotórax.
Tratamento: Repouso, isolamento respiratório, alimentação hipercalórica e proteica e antibiótico
específico. Mas o melhor é evitar a doença através de educação sanitária, vacinação (BCG) e
pasteurização do leite.
Compilcações: Hemorragias, de pequena a grande volume de sangue. A morte sobrevém não da
hemorragia e sim da aspiração do sangue pelo pulmão; Pneumotórax, colapso de todo ou uma parte do
pulmão causando dor no peito, falta de ar, agitação, respiração profunda, hipotensão, palidez e
cianose, podendo desencadear parada respiratória.

Meningite Meningocócica

A meningite é uma doença que consiste na inflamação das meninges – membranas que envolvem o
encéfalo e a medula espinhal. Ela pode ser causada, principalmente, por vírus ou bactérias. O quadro
das meningites virais é mais leve e seus sintomas se assemelham aos da gripe e resfriados. Entretanto,
a bacteriana – causada principalmente pelos meningococos, pneumococos ou hemófilos – é altamente
contagiosa e geralmente grave, sendo a doença meningocócica a mais séria. Ela, causada pela
Neisseria meningitidis, pode causar inflamação nas meninges e, também, infecção generalizada
(meningococcemia). O ser humano é o único hospedeiro natural desta bactéria cujas sequelas podem
ser variadas: desde dificuldades no aprendizado até paralisia cerebral, passando por problemas como
surdez.
Transmissão: Através do contato com secreções de garganta e nariz contaminadas por diferentes
agentes, como vírus ou fungos, e até mesmo por processos traumáticos.
Período de incubação: 2 a 10 dias.
Sinais e sintomas: tem início repentino e evolução rápida, pode levar ao óbito em menos de 24 – 48
horas. Manifesta-se através de rigidez na nuca (sinal característico), febre, cefaleia, vômitos em jato e
manchas avermelhadas. Em casos fulminantes: prostração súbita, colapso e choque. Pode levar à
morte ou deixar sequelas irreversíveis.
Tratamento: Antibiotico-terapia e isolamento respiratório. Mas o ideal é prevenir através de
vacinação encontrada em alguns Postos de Saúde, principalmente em crianças com menos de 3 anos
de idade.
Prevenção: Vacinação apropriada, em caso de epidemia: não visitar pessoas doentes, evitar locais
fechados e aglomerações de pessoas.

Hepatite

Hepatite é toda e qualquer inflamação do fígado e que pode resultar desde uma simples alteração
laboratorial (portador crônico que descobre por acaso a sorologia positiva), até doença fulminante e
fatal (mais frequente nas formas agudas).

Hepatite A

É uma doença infecciosa, transmitida entre os seres humanos, que pode evoluir de forma aguda ou
crônica, provocando lesões, sobretudo no fígado. Pode ser, às vezes, grave e fatal, mas normalmente
tem um bom prognóstico, costuma ser benigna e curta.
Transmissão: O vírus é resistente aos meios comuns de desinfecção, como a fervura. Sua transmissão
é mais comum devido contato entre humanos, mas oro-fecal apenas (vírus pode estar presente na urina
e nas fezes) e não por vias respiratórias. A transmissão da hepatite A geralmente ocorre quando o
vírus é ingerido pela boca a partir do contato com objetos, alimentos ou líquidos contaminados por
fezes de pessoa infectada. Uma pessoa infectada pode transmitir a hepatite A mesmo não
apresentando sintomas.
A pessoa pode contrair hepatite A quando:
 Uma pessoa infectada não lava as mãos depois de ir ao banheiro e toca outros objetos ou alimentos.
 Um pai ou enfermeiro não lava as mãos apropriadamente depois de trocar fraldas ou limpar as
fezes de uma pessoa infectada.
 Ao realizar certas atividades sexuais, como contato oral-anal com uma pessoa infectada.
 Através de água ou alimentos contaminados, principalmente em áreas onde há condições sanitárias

ruins ou má higiene. objetos contaminados, relação sexual, alimentos e água contaminados. Por
transfusão sanguínea e uso de seringas e agulhas compartilhadas é pouco comum o contágio.
Período de incubação: 10 a 50 dias
Sinais e sintomas: Inicialmente assintomático depois paciente apresenta sintomas similares a de um
quadro gripal, febre (mais comum na hepatite A), mal estar, fadiga, perda do apetite, icterícia, urina
escura, fezes esbranquiçadas e distúrbios gastrointestinais. Provoca lesão no fígado, podendo ser
degenerativa ou inflamatória.
Epidemiologia: Regiões temperadas, durante o inverno e primavera.
Tratamento: Isolamento, repouso e dieta hipercalórica e hipolipídica.
Prevenção: Educação Sanitária, vacinação, a qual é recomendada para todas as crianças. Também se
pode ajudar na prevenção ao lavar as mãos com sabão e água quente após usar o banheiro, trocar
fraldas ou antes de preparar alimentos.

Hepatite B

A hepatite B doença contagiosa que varia de gravidade, de moderada durando algumas semanas, até
grave para toda a vida. Essa doença é decorrente de infecção pelo vírus da hepatite B. Pode ser aguda
ou crônica. A Hepatite B aguda é uma doença de curta duração que ocorre dentro dos primeiros 6
meses depois da exposição ao vírus. A infecção aguda pode se transformar em crônica. A hepatite B
crônica é uma doença de longa duração que ocorre quando o vírus permanece no organismo da
pessoa.
Transmissão: o vírus está presente no sangue, na saliva, no sêmen e nas secreções vaginais da pessoa
infectada. A transmissão pode ocorrer por via perinatal, isto é, da mãe para o feto na gravidez, durante
e após o parto; pelo uso de drogas injetáveis e por transfusões de sangue (risco que praticamente
desapareceu desde que o sangue dos doadores passou a ser rotineiramente analisado).
As relações sexuais constituem outra via importante de transmissão da hepatite B, considerada uma
doença sexualmente transmissível (DST), porque o vírus atinge concentrações altas nas secreções
sexuais.
Período de incubação: 3 a 6 meses
Sinais e sintomas: febre, mal-estar, desconforto, dor abdominal, dor nas articulações e erupções na
pele. Mais tarde, pode aparecer icterícia, a urina tornar-se escura (cor de coca-cola) e as fezes mais
claras do que o habitual.
Tratamento: Quadro agudo, tratamento similar a hepatite A ; Quadro crônico: medicamentoso e em
caso de insuficiência hepática é indicado o transplante hepático.
Prevenção: Evitar o contato com sangue infectado ou de quem se desconheça o estado de saúde, não
partilhar objetos cortantes e perfurantes, nem instrumentos usados para a preparação de drogas
injetáveis, usar sempre preservativo nas relações sexuais são as principais formas de prevenir o
contágio. A realização de tatuagens, a colocação de piercing e de tratamentos com acupuntura só deve
ser feita se os instrumentos utilizados estiverem adequadamente esterilizados ou forem descartáveis.

Hepatite C

A hepatite C é causada por um vírus transmitido principalmente pelo sangue contaminado, mas a
infecção também pode passar através das vias sexual e vertical (da mãe para filho). O portador do
vírus da hepatite VHC pode desenvolver uma forma crônica da doença que leva a lesões no fígado
(cirrose) e câncer hepático.
Transmissão: Através de sangue ou produtos sanguíneos contaminados. A transmissão por via sexual
é rara, mas pode ocorrer. Existe um risco de 6% da mãe infectada poder transmitir o vírus ao feto. É
frequente nos toxicodependentes intravenosos. Com o despiste sistemático do anti-VHC nos doadores
de sangue, a partir de 1992, a hepatice C pós-transfusional tornou-se excepcional.
Período de incubação: 6 a 12 semanas
Sinais e sintomas: Em 75% dos casos os infectados pelo VHC não apresentam sintomas. Podem
ocorrer letargia, mal-estar geral e intestinal, febre, perda de apetite, intolerância ao álcool, dores na
zona do fígado e, muito raramente, icterícia. O indivíduo com infecção crônica pelo vírus da hepatite C pode não apresentar qualquer sintoma e, no entanto, estar a desenvolver uma cirrose ou um cancro
do fígado.
Tratamento: Similar a hepatite A mais uso de medicamentos específicos (interferon e ribavirina)
Prevenção: Similar a hepatite B
Não há vacina contra a Hepatite C

AIDS (Síndrome da Imuno Deficiência Adquirida)

AIDS é uma doença do sistema imunológico humano causada pelo vírus da imunodeficiência humana
(HIV). Esta condição reduz progressivamente a eficácia do sistema imunológico e deixa as pessoas
suscetíveis a infecções oportunistas e tumores.
Transmissão: através do contato direto de uma membrana mucosa ou na corrente sanguínea com um
fluido corporal que contêm o HIV, tais como sangue, sêmen, secreção vaginal, fluido preseminal e
leite materno. Esta transmissão pode acontecer durante ato sexual, transfusão de sangue, agulhas
contaminadas, o intercâmbio entre a mãe e o bebê durante a gravidez, parto, amamentação ou outra
exposição a um dos fluidos corporais acima.
Sinais e sintomas: Compromete o sistema imunológico e agride o sistema nervoso central, a medula
óssea e os nódulos linfáticos, causando emagrecimento, diarreia, queda de cabelo e aparecimento de
infecções oportunistas, como pneumonia.
Tratamento: Atualmente, novos medicamentos podem fazer o aidético ter uma expectativa de vida
bem longa, porém com algumas limitações. Mas a chave está na prevenção, através das campanhas de
conscientização, educação sexual e controle de banco de sangue.

Rolar para cima